Composições finais para artigos científicos: o que há além do PDF?

DOI: 10.58976/978-65-982699-1-3.5

O PDF é uma das extensões de arquivo mais utilizadas para composições finais de artigos científicos. Este formato tem por característica ser indexado por mecanismos de busca, manter a formatação estabelecida pelo projeto gráfico do periódico, por mais simples que seja, e permitir que seja baixado e lido por diferentes tipos de leitores. Mas será que ele é a única ou melhor opção para a composição final de seus artigos?

No artigo de hoje abordaremos algumas características do PDF, seus pontos forte e fracos, além de apresentar outros formatos de composição final para os seus artigos que podem enriquecer a experiência de leitura do seu periódico.


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Características do PDF

O PDF, Portable Document Format, é um formato de documento portátil, como sugere o próprio nome, desenvolvido pela Adobe em 1993 com a intenção de apresentar documentos que contenham texto, gráficos, imagens e até vídeos, independente do dispositivo, resolução, aplicativo, hardware ou sistema operacional usado para criá-los. 

O PDF é um padrão aberto e pode ser gerado a partir de diversos softwares diferentes e em diferentes sistemas operacionais. É possível gerar um PDF a partir do popular MS Word, do seu similar gratuito LibreOffice, além de diversos outros editores de texto ou imagens.

No contexto de artigos científicos, todas essas características contribuíram para o PDF se tornar um dos formatos mais utilizados em periódicos eletrônicos. Podemos destacar ainda outras características importantes para leitores de artigos científicos:

Vantagens do PDF

Baixo custo de produção

Gerar um arquivo PDF é muito simples e não requer nenhum custo extra para produzi-lo. Se você possui um editor de texto como o MS Word, com uma licença comercial, não precisará pagar nenhum valor extra para gerá-lo. Assim, revistas que possuam um orçamento restrito para a composição final de seus artigos podem gerar arquivos PDF facilmente, sem a necessidade de contratação de profissionais especializados ou pagamento de licenças de software.

Armazenamento local

Por poder ser executado em qualquer software ou dispositivo, é muito simples para um pesquisador baixar um artigo científico em formato PDF e armazená-lo em seu celular, computador ou pen-drive para executá-lo onde desejar.

Conservação do projeto gráfico da revista

Um arquivo PDF preservará suas características em qualquer dispositivo ou software onde seja executado. Isso signifca que a identidade visual da revista, que passa por padrões gráficos como tipografia, margens, espaçamentos, posição de elementos, etc, serão mantidos onde quer que um leitor o abra.

Indexado por buscadores

Anos atrás havia uma dúvida se as informações contidas em um documento PDF seriam rastreáveis pelos motores de busca. Textos contidos em imagens, por exemplo, não são interpretados pelos buscadores, dificultando assim a indexação semântica desse tipo de arquivo. No caso do PDF, todo o seu conteúdo permite que robôs o “leiam” e o indexem conforme as pesquisas.

Desvantagens do PDF

O número de desvantagens do PDF é bem reduzido quando consideramos sua aplicação no contexto de periódicos eletrônicos. O formato pode trazer algumas dificuldades na sua edição direta (quando você tenta editar diretamente um arquivo PDF), mas casos como esse são melhor resolvidos quando a edição é feita diretamente no software em que o PDF foi gerado (como o MS Word, por exemplo) e uma nova cópia em PDF é exportada.

A principal desvantagem que atribuímos ao PDF é a sua rigidez quanto a sua diagramação. Em tempos de grande uso de dispositivos móveis, como celulares, tablets e e-readers, a fluidez do conteúdo é algo que faz falta ao PDF. A experiência desse tipo de arquivo em dispositivos móveis fica bastante comprometida pois o usuário deverá, necessariamente, aplicar “zooms” e reenquadrar o documento à tela para que continue sua leitura.

Para a experiência mobile, o ideal são formatos que permitam a adequação de seu conteúdo à resolução da tela de forma automática, com uma formatação fluida.

Alternativas ao PDF

Alguns formatos alternativos podem ser oferecidos para enriquecer a experiência de leitura dos usuários de sua revista. Isso não significa substituir o PDF por estes formatos, mas ampliar a oferta de composições finais de seus artigos para que o seu leitor possa escolher o formato mais apropriado ao seu hábito de leitura.

HTML

O formato HTML tem como principais características a flexibilidade e a acessibilidade. Ele permite que todo o seu conteúdo seja adaptado automaticamente à resolução de tela do dispositivo, melhorando em muito a experiência de leitura em dispositivos móveis. Links, imagens, áudios, vídeos e outros recursos multimídia podem ser facilmente incorporados em seu artigo, garantindo ainda a acessibilidade do site e a acessibilidade do conteúdo.

O formato HTML permite ainda a utilização de recursos interativos, como os javascripts. Veja o formato HTML de um artigo da Revista Científica Disruptiva, vinculada ao programa de pós-graduação do Complexo de Ensino Renato Saraiva (CERS, Recife-PE). Nele, alguns recursos de javascript são utilizados, como rolagem suave, exibição do sumário quando a página é rolada para cima e exibição de notas em lightbox.

Exemplo de visualização HTML no OJS.Exemplo de visualização HTML no OJS.

Acesse aqui o exemplo acima.

A principal desvantagem do HTML está na sua reprodução em armazenamento local. Diferentemente do PDF que pode ser reproduzido em qualquer dispositivo, o HTML é um formato próprio para navegadores web e que possui muitos arquivos dependentes. Enquanto o PDF armazena em si todos os arquivos, como fontes, imagens e arquivos multimídia, o HTML carrega externamente esses arquivos. Quando o arquivo HTML é baixado, os arquivos dependentes não são baixados automaticamente, deixando a composição final incompleta. 

XML

O XML é um formato de marcação onde é possível identificar / etiquetar todos os elementos de um texto científico. Isso significa identificar através de tags (etiquetas) todos os metadados do artigo (título, autores com todos os seus dados de afiliação e contato, volume, edição, etc), os elementos do conteúdo (introdução, materiais e métodos, imagens, tabelas, etc), citações e referências. Essa marcação é muito útil para a importação do artigo em bases de dados como a SciELO, PubMed e Redalyc.

O XML em si não possui uma visualização gráfica, não sendo possível baixá-lo e visualizá-lo localmente. No entanto, sistema web como o OJS e os sistemas das bases indexadoras citadas acima são capazes de converter esse arquivo XML para HTML, proporcionando uma visualização gráfica através de um navegador.

No OJS, para que o arquivo XML seja renderizado, ou seja, exibido graficamente, é preciso habilitar um plugin chamado eLife Lens. Com o plugin habilitado, a composição final em formato XML carregará uma nova página com todo o conteúdo do artigo, além de recursos interativos proporcionados pelo plugin.

Em outro post aqui do blog explicamos melhor para que serve e como funciona o XML. Se você quer saber mais sobre este formato ou busca indexação na SciELO, PubMed ou Redalyc, a leitura deste post será bastante esclarecedora.

ePUB

O ePUB, abreviatura de Electronic Publication, é um formato de arquivo tipicamente utilizado em e-books. Este formato necessita de softwares ou aplicativos específicos, como dispositivos e-readers ou aplicativos leitores de ePUB para sua reprodução, mas oferecem uma experiência de leitura altamente personalizada.

O ePUB é um formato de arquivo aberto que possui alto nível de personalização através dos softwares ou aplicativos reprodutores. Através destes é possível personalizar a tipografia, espaçamentos, margens, tamanho de texto e outras opções de formatação, de acordo com o aplicativo utilizado. Assim como o HTML, o ePUB é adaptável a diferentes resoluções de tela, adequando o conteúdo ao tamanho da tela do dispositivo.

Veja este exemplo de artigo científico com composição final em formato ePUB. Para reproduzí-lo, talvez você precise baixar um leitor gratuito para desktop, como o Calibre ou o Adobe Digital Editions, ou um app do tipo ePUB reader para o seu smartphone.

Outros recursos muito interessantes e úteis oferecidos pelos leitores de ePUB é a possibilidade de se marcar o texto, adicionar comentários, marcar páginas e continuar a leitura de onde parou. Nele você também pode incorporar arquivos multimídia, como áudios e vídeos, oferecendo uma experiência ainda mais interativa ao leitor.

Arquivos ePUB podem ser disponibilizados gratuitamente ou à venda em livrarias virtuais, como o Kindle/Amazon e o LEV/Saraiva, abrindo uma alternativa de monetização para a revista.

A grande desvantagem do formato está na utilização de alguns recursos em telas pequenas, como imagens muito retangulares e tabelas grandes. Em casos como esse, fatalmente seu ePUB ficará bastante prejudicado na reprodução, oferecendo uma experiência limitada.

Formatos de arquivo ePUB são mais recomendados para conteúdos predominantemente textuais.

MP3 (Áudio)

Um formato de composição final que pode ser utilizado para ampliar a oferta de experiências no consumo da informação científica e ainda tornar a sua revista ainda mais acessível, é a utilização de arquivos MP3 para audiodescrição dos artigos.

O OJS permite a utilização de arquivos MP3 como composições finais, mas não oferece um player para reprodução do arquivo. Para solucionar essa questão, um player de áudio pode ser incorporado a um arquivo HTML e carregar o arquivo MP3 como um arquivo dependente.

Os arquivos MP3 podem ser gravados com tecnologia simples, como o próprio smartphone, utilizado por um membro do escritório editorial da revista, ou de um profissional contratado para este fim, ou mesmo uma empresa especializada. Ferramentas gratuitas ou pagas de tecnologia text-to-speech também podem ser utilizadas para a produção de arquivos de áudio. Veja como a Revista Fitos utiliza esta tecnologia para disponibilizar os abstracts de seus artigos em formato de áudio.

MP4 (Vídeo)

Arquivos de vídeo podem ser uma excelente alternativa interativa para as composições finais de seus artigos. Os vídeos podem ser gravados pelos autores, fazendo uma breve apresentação de sua pesquisa, com a apresentação dos resultados obtidos.

Da mesma forma que arquivos MP3, o OJS não disponibiliza, por padrão, reprodutores para este tipo de arquivo. A solução, neste caso, deve ser a mesma: utilização de um arquivo HTML para incorporação do player e reprodução do arquivo MP4.


Agora que você possui novas informações sobre quais tipos de arquivos pode utilizar como composição final em seu periódico científico, avalie junto ao seu público (leitores, autores e avaliadores) quais desses formatos teriam impacto positivo para suas experiência com a revista e quais formatos são mais viáveis para a sua realidade.

Precisando de qualquer ajuda para avaliar estas questões, entre em contato com a equipe da GeniusDesign e solicite uma cotação.

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Atualizado em Sexta, 12 Julho 2024 09:15
Eugênio Telles

Eugênio Telles

Eugênio Telles é publicitário pós-graduado em Marketing Digital pela ESPM-RJ, fundador e diretor executivo da GeniusDesign e consultor OJS há mais de 10 anos.

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