Se você é editor de periódico científico, sabe que garantir a visibilidade, credibilidade e disseminação dos conteúdos da sua revista é essencial para o sucesso no meio acadêmico. Para isso, é fundamental conhecer as ferramentas que dão suporte à pesquisa científica: bases de dados, indexadores, metabuscadores e diretórios.
Neste post, vamos explicar de forma clara e prática o papel de cada uma dessas plataformas, destacando exemplos, funções e como elas impactam diretamente o alcance do seu periódico.
O que são essas plataformas?
Bases de Dados
Pense nas bases de dados como grandes bibliotecas digitais que armazenam artigos, periódicos, teses e outros documentos científicos. Quando a sua revista está presente em uma base de dados, seus artigos ficam guardados ali, prontos para serem encontrados por pesquisas específicas dentro daquela plataforma.
Bases de dados como SciELO (América Latina), PubMed (saúde), IEEE Xplore (tecnologia) e Redalyc (América Latina, Caribe, Espanha e Portugal) contam com mecanismos de busca próprios, e estar presente nelas ajuda a ampliar o público da sua revista, além de permitir análises de impacto e visibilidade dos artigos publicados.
Indexadores
Os indexadores funcionam como curadores da ciência. Eles organizam, classificam e mostram onde os artigos estão, sempre conforme critérios rigorosos de qualidade editorial, ética e revisão por pares.
Para um editor, estar indexado em plataformas renomadas como Web of Science e Scopus é sinônimo de prestígio, atraindo melhores submissões e dando mais credibilidade à revista.
Um exemplo especial é o DOAJ (Directory of Open Access Journals), que é uma plataforma híbrida: funciona tanto como indexador — permitindo buscar e acessar artigos –, quanto como diretório — listando e descrevendo os periódicos. Essa combinação torna o DOAJ muito relevante para editores que trabalham com acesso aberto.
Metabuscadores
Imagine poder fazer uma pesquisa que busca em vários repositórios e bases ao mesmo tempo, sem precisar entrar em cada uma separadamente. Isso é o que fazem os metabuscadores.
Ferramentas como o Primo Central, Metalib e o EBSCO Discovery Service consultam várias fontes simultaneamente e trazem os resultados consolidados numa só tela. Esse tipo de plataforma ajuda muito na divulgação do conteúdo do seu periódico para públicos amplos, especialmente em bibliotecas universitárias.
Um caso especial é o Google Scholar (ou Google Acadêmico), que apresenta uma função um pouco diferente. Ele não é um metabuscador clássico que consulta diversas bases em tempo real, mas sim um mecanismo de busca acadêmico que mantém sua própria base indexada amplamente diversificada, agregando artigos, teses, livros e outros documentos de várias origens. Por isso, é uma plataforma híbrida entre um grande indexador e um buscador acadêmico. O Google Scholar oferece uma busca imensa e multidisciplinar, com alta cobertura, mas sua indexação é automática e sem filtros rigorosos de qualidade editorial, o que pode incluir conteúdos que nem sempre são revisados por pares. Isso exige do usuário atenção para avaliar criticamente as fontes encontradas. Apesar disso, o Google Scholar é uma ferramenta poderosa para ampliar a visibilidade e o acesso ao conhecimento, especialmente pelo seu alcance abrangente.
Diretórios
Os diretórios são como vitrines que mostram informações importantes sobre sua revista: políticas editoriais, áreas de atuação, periodicidade, contatos e demais detalhes. Eles ajudam autores, bibliotecários e leitores a conhecerem melhor o seu periódico.
Um exemplo relevante é, novamente, o DOAJ, que lista informações dos periódicos e também seus artigos, sendo assim uma plataforma híbrida.
No Brasil, destacam-se as plataformas Miguilim e Diadorim, que são diretórios nacionais complementares geridos pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). O Miguilim funciona como um diretório integrado que reúne informações detalhadas sobre as políticas editoriais e características das revistas científicas brasileiras, facilitando a organização e o acesso a dados dispersos.
O Diadorim foca na divulgação das políticas editoriais relacionadas ao depósito de artigos em repositórios digitais de acesso aberto, promovendo transparência e interlocução entre revistas e bibliotecas digitais. Essas plataformas são integradas: o cadastro das revistas é feito no Miguilim, e as atualizações aparecem automaticamente em ambos, simplificando a vida dos editores e fortalecendo a visibilidade das revistas nacionais.
Outro diretório importante no cenário brasileiro é o Diretório de Periódicos Científicos Preservados da Rede Cariniana, que contribui para a visibilidade e preservação das revistas científicas nacionais, apoiando a conservação digital e o acesso sustentado aos conteúdos.
Por que você, editor, deve conhecer essas diferenças?
- Posicionamento estratégico da revista: Saber onde seu periódico está cadastrado ajuda a focar esforços em canais que maximizem o alcance.
- Reputação e qualidade: Estar indexado em plataformas renomadas é um importante selo de qualidade.
- Maior alcance: Bases, diretórios e metabuscadores ampliam a descoberta e o impacto do conteúdo publicado.
- Preparação técnica: Entender requisitos e padrões facilita a adequação editorial para indexação e cadastro.
Comparando os 4 tipos de plataformas
Plataforma | Função Principal | Característica Marcante | Exemplos |
---|---|---|---|
Base de Dados | Armazenar documentos científicos | Conteúdo físico e organizado, com busca própria | SciELO, PubMed, IEEE Xplore, Redalyc, BVS (LILACS) |
Indexador | Organizar e avaliar publicações | Critérios rigorosos, reconhecimento editorial | Web of Science, Scopus, DOAJ, Latindex |
Metabuscador | Realizar busca simultânea em várias fontes | Busca federada e agregação de resultados | Primo Central, Metalib, EBSCO Discovery |
Diretório | Listar e descrever periódicos | Catálogo descritivo, informações editoriais | Rede Cariniana, DOAJ, Miguilim, Diadorim, Latindex |
Saiba por onde começar
Se você está iniciando agora, foque primeiro em cadastrar sua revista em diretórios regionais ou especializadas. Comece considerando cadastrá-lo nos diretórios nacionais Miguilim e Diadorim, e depois nos internacionais, como DOAJ e Latindex. Em paralelo, ajuste os processos e as políticas editoriais de acordo com boas práticas de publicação para se alinhar aos critérios dos indexadores internacionais de maior prestígio, como o Scopus e a Web of Science.
Conclusão
Dominar o entendimento sobre bases de dados, indexadores, metabuscadores e diretórios é uma ferramenta poderosa para todo editor de periódico científico. Cada tipo de plataforma exerce uma função distinta e complementar no ecossistema acadêmico.
O conhecimento sobre essas ferramentas, incluindo a particularidade de plataformas híbridas como o DOAJ, evita confusões e permite que você tome decisões estratégicas mais acertadas, aumentando o prestígio, o alcance e o impacto da sua revista.
Investir na qualidade editorial e na adequação aos requisitos dessas plataformas não é apenas uma questão técnica — é garantir que o seu periódico seja reconhecido e valorizado por toda a comunidade científica.
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